És sempre tu.

O amor e a revolução moram na tua rua. E é tão doce o labirinto que me conduz. Ver-te é a única certeza que tenho, blindada ao tempo e às estrelas que nascem ou morrem. És sempre tu a revolução e a tempestade. És blindada ao tempo e à queda de impérios. És a única faísca de sonhos que nunca mudou. És o amor e o medo, e o fogo que incendeia o meu piano.

1º dia de Inverno

Todos os anos, há um primeiro dia de Inverno, que é só teu. Talvez a 21, ou antes, ou depois, ou talvez na tua poesia seja Inverno todos os dias. Mas há um dia. Um primeiro dia de Inverno que te crava a mão no peito como se fosses feito de núvem, e te agarra e esmaga o coração com disciplina de aço.

Hoje é o meu Primeiro dia de Inverno. Hoje os ponteiros fizeram greve.
Hoje sou denso como pedra. Ontem?
venceria sozinho um exército, e hoje sou Inverno e machados enterrados na terra.



Praia vestida de Abril

Aquela praia temperada de Abril, e nós dois. Nós dois, rompiamos ondas e saboreávamos passado, presente e futuro no spray do offshore. O meu sal era teu.

E quando olho para trás, tudo é uma animação suspensa.
O beijo que não demos. A saudade em cada átomo.
E eis que anuncias a Primavera e me encontras de novo.