espreito pela janela. creio que nenhum olhar, nenhum olhar pode ser tão lúcido como este. sente-se o pulsar das artérias e a vida nos objectos.
penso se algum dia serei o carbono de uma folha igual à que a árvore deixou cair.
passou um segundo apenas, e toda a via láctea se estendeu no telhado em frente para minha requintada contemplação. e nenhum olhar, nenhum olhar durou tantos anos.
no outro segundo abandono a janela, e é apenas mais um dia.