desisto

Sinto o mundo girar silencioso, calmo como uma bomba. Não te ouço e desisto de ti. O pior em cada átomo é não saber se ensurdeceste à minha voz. O amargo é saber-te árida, deserta de mim quando um dia antes fui selvas inteiras de vida em ti. Reinventaste-me como o fiel retrato bruto da tua ausência. Mas há em ti uma esmola de eternidade, um querer ver-te...mamã. Há um colo onde nascem as respostas. Calo-me e não vou perguntar-te nada; sei que a minha voz te fará desaparecer de novo. Sinto o mundo girar silencioso, ciente de um qualquer darwinismo sádico onde já não podemos evoluir. Viro-te as costas e desisto de ti...

1 comentário:

Anónimo disse...

Trágico...mas belo.