Estações

A Primavera não começou, e o Verão será uma rubrica rápida. Em cada canto meu esconde-se um demónio incapaz de amar. Não me sinto senão a mim, atirado num beco sujo. Não te sinto, e se não confundo tão somente uma curva tua nos milhares de rostos que vejo e mando fora como pratas de chocolate, não sei o que sou. Reconheço a lucidez que me diz que é Inverno, como se ainda usasse cabelo rapado e a farda e o louvor me consolassem o descontrolo.
Sinto-me um Lobo que se esconde na disciplina do frio. Uivo a luas de papel ordinário, e se não confundo tão somente uma curva tua nos milhares de rostos que vejo e mando fora como pratas de chocolate, não sei o que sou.

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